quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Chuvas: Ação Emergencial e de Prevenção são diferentes

A Prefeitura de Jundiaí e a sociedade vêm fazendo bem a sua parte nas atitudes solidárias e emergentes. Depois que as coisas acontecem, em cima da hora, não dá para fazer algo mais elaborado. É agir rápido e atender da melhor maneira as famílias e isso vem sendo feito.


Na questão da prevenção, no entanto, o Prefeito Miguel Haddad deixa muito a desejar, pois Jardim Sorocabana, Balsan, São Camilo e outros, são pontos de alagamento e/ou de risco já faz tempo. Nos últimos 10 anos “São Pedro” já vem dando sinais aos governantes, fazendo chover em alguns dias o que antigamente chovia no mês inteiro, mas parece que não ligam, depois dão a mesma desculpa todos os anos! Cada cidade e prefeito tem que ser cobrado na medida e dureza que lhes cabem, vamos comparar Jundiaí com algumas cidades:


ORÇAMENTO MUNICIPAL:
Jundiaí = R$ 3.000,00 habitante/ano
Várzea Paulista = R$ 1.300,00 habitante/ano
Francisco Morato = R$ 1.100,00 habitante/ano
São Paulo (capital) = R$ 2.900,00 habitante/ano


GOVERNO E CONTINUIDADE:
Jundiaí = Desde 1993 governado pelo PSDB. Atual prefeito em 3º mandato
Várzea Paulista = Desde 2005 governado pelo PT. Prefeito reeleito.
Francisco Morato = Desde 2009 governado pelo PT.
São Paulo (capital) = Desde 2005 governado pelo DEM. Prefeito reeleito.


1º DADO ALARMANTE: já estão aprovados 15 mil novas unidades habitacionais, em condomínios fechados ou abertos, na Prefeitura de Judiaí. Todos terão gente morando em no máximo três anos... já fizeram as contas? Não, não falei do trânsito ainda, fica pra outro artigo. Como aprovam rápido hatitações e negócios imobiliários para quem ganha “um pouquinho mais” de 3 Salários Mínimos.
Já na habitação popular de verdade, o loteamento Fazenda Grande, inicialmente cedido por Dona Antonieta à Prefeitura a preço simbólico, era pra abrigar os mais pobres. Enrolaram 15 anos depois da “doação” e fizeram mais de 1.700 casas financiadas, como é hoje, para quem na época tinha renda de 4 salários mínimos pra mais. Não deixaram nem ao menos 500 lotes para remover as famílias de áreas de risco e transferí-las para lá.


2º DADO ALARMANTE: Reurbanizaram, em quase 20 anos de PSDB na cidade, apenas 5 dos 18 núcleos de submoradia. Não chegou nem a 25% de todos os habitantes destes locais. Tem mais: dos 300 loteamentos irregulares “ocupados” em nossa cidade, só estes dezoito pode ser tidos como submoradias, o restante é de classe média pra cima... haja impermeabiliazação do solo, desrespeito ao meio ambiente e falta de fiscalização nestas últimas duas décadas por parte da prefeitura.


CONCLUSÃO: Jundiaí é uma cidade muito rica, governada pelos mesmos já faz tempo e não tem atitude e gestão a altura do seu potencial, por isso o prefeito deve ser cobrado com mais severidade do que outras cidades mais pobres. Miguel Haddad, é a terceira vez que você está no comando, era de se esperar muito mais do que desculpas óbvias e metereológicas.

8 comentários:

  1. Prezado jornalista, acho que faltou o sr. dizer que cidade resolveu acabar com as favelas. A notícia fala de Várzea, que tem favelas, de São Paulo, Francisco Morato, que tem centenas de favelas. E como Jundiaí seria a primeira a acabar com as submoradias, explique pra nós leitores. obrigada.

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  2. Olá Anicia. Obrigado por sua participação. Jundiaí tem ainda 13 submoradias (ou favelas quando você se refere a outras cidades, um é termo técnico, o outro popular). Jundiaí portanto levou quase 20 anos para atender com reurbanização a cerca de apenas 25% dos "habitantes de favela" de nossa cidade.
    Se a mentalidade dos governantes locais fosse outra, como já disse, ao menos 500 lotes no Fazenda Grande poderiam ser destinados para deslocar o pessoal das áreas de risco. Já seria um bom começo. O outro é adotar de vez o programa Minha-Casa-Minha-Vida em que o governo federal subsidia boa parte dos R$ 50.000 para cada família com renda inferior a 3 salários mínimos. Hoje isso ainda não existe na cidade (vai começar um no antigo hospital do Jardim Tamoio, mas deve ficar pronto ainda daqui há uns dois anos). Fora isso, para essa faixa inferior de renda, nºao fizeram mais nada... e olha que se increveram quase 6.000 famílias no último cadastro que "tentaram" fazer para o Minha-CMV, portanto há uma demanda que os atuais governantes não tem interesse em resolver, pois muitos tem forte ligação com a especulação imobiliária na cidade... entendeu? Abraços e obrigado pela pergunta. Em tempo: não sou jornalista, por favor, veja meu perfil no blog, somos em quatro participantes.

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  3. Durval,
    De maneira geral, acredito que a cidade vai bem. Mas concordo contigo em relação ao que se faz e ao que se poderia fazer. Só não gosto da comparação com o PT, pois dá a impressão que todo governo do PT vai bem. Temos diversas noticias de cidades administradas pelo seu partido, onde a população sofre mais do que aqui.
    Sobre os interesses imobiliários, concordo em 100% com seu comentário. E submoradia é uma falta de estrutura que gera, na outra ponta, o aumento da violência urbana. Uma vez o Nizan Guanaes escreveu que vivemos em um país onde "os pobres morrem de fome e os ricos morrem de medo".
    Dá pra melhorar, não dá?
    Se puder, me responda, quais são suas ações como legislador, que possam diminuir tais abismos sociais?
    Grande abraço!

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  4. Olá Aguinaldo, legal teus comentários, é isso aí. Não foi pensado ao citar quatro cidades, duas serem do PT, poderia ser Caieiras, Itatiba... o fato que eu queria salientar é que Jundiaí tem o dobro de riqueza por habitante, portanto tinha muito mais condições de ter prevenido tudo isso, mas Miguel Haddad não fez.
    Sobre a outra parte de tua pergunta: ajudei na organização dos moradores do Jardim Fepasa e Vila Comercial - núcleos de submoradias - a reivindicar seus direitos (formei associação, fiz reuniões, passeatas até a prefeitura... isso há uns 10 anos quando era vereador em 2º mandato). Criei a lei do pequeno comércio, incentivando e dando condições para que pequenos negócios autônomos e comercios locais pudessem se instalar nos bairros mais pobres também (que antes era extritamente residencial). Tenho projeto de lei na Câmara de Jundiaí que dá mais condições de pessoas com deficiência entrarem nos concursos públicos da prefeitura; outro projeto prevê na Lei Orgânica que a cidade de Jundiaí tenha uma clínica para tratamento de dependentes químicos, em carater integral ou parcial, podendo fazer parcerias com entidades credenciadas... etc. Graças a Deus e a pessoas que me estimulam e ajudam, temos feito bastante coisa no Legislativo, inclusive fiscalizando o Poder Executivo, que é muito importante também. Estou a disposição.

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  5. Uma questão importante é que praticamente não existem opções no mercado imobiliário de Jundiaí para famílias com renda até 5 SM, portanto, a população em áreas de risco tende a aumentar.

    Durval, não seria possível, a prefeitura atuar como agente indutor de projetos para este público? Com isenção de impostos, doação de terrenos, aproveitando o financiamento do "Minha Casa, Minha Vida", ...; sei lá, deve haver alguma maneira.

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  6. Durval, vamos fazer a reforma agrária em Jundiaí, dando terra pra quem precisa. E reforma urbana também dando casa pra quem precisa. Se o sr. levar esta idéia pra Camara vai ter apoio dos vereadores e do prefeito, empresários, igreja e sindicatos.

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  7. Cidade rica e com falta de planejamento é igual a incompetência administrativa. Muito dinheiro só para usar nas praças, jardins, daí São Pedro resolve desmascarar os governantes e a culpa é dele? Durval, continue cobrando e fiscalizando, vc é um dos poucos que faz isso bem! Rosa Maria de Oliveira

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  8. Independente de qual partido político está no poder, todos são eleitos para resolver os problemas da cidade e da população, que paga altos impostos por isso. E cabe a população cobrar de seus governantes ações e não eleger incompetentes. Boa parte da população é analfabeta política e nem sabe direito as atribuições do Poder Executivo e do Legislatívo.

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