segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Com ‘esmola’ da Prefeitura, moradores em risco não podem alugar imóveis

Moradores lotaram a Câmara, mas saíram desolados
A Câmara de Jundiaí aprovou nesta segunda-feira o projeto do prefeito Miguel Haddad (PSDB) para destinar R$ 400 para um auxílio-aluguel por até um ano às vítimas de desabamentos e inundações na cidade.

Apesar das emendas apresentadas pelos vereadores Durval Orlato e Marilena Negro para corrigir o projeto, a base do prefeito na Câmara insistiu no erro e se escondeu por trás de citadas “ilegalidades” na aprovação das propostas.

Mas, vamos à realidade:

- Este valor de R$ 400 não passa de esmola se levarmos em conta os valores dos imóveis inflacionados pelo alto custo de vida em Jundiaí. Com este dinheiro, os moradores não conseguiriam alugar nem as próprias casas em risco. Apesar do alerta em reportagens da imprensa local e de especialistas do setor imobiliário nada se fez para aumentar o valor. Resultado: proposta de aumento recusada pelos aliados do prefeito.

- Os contratos com imobiliárias são, em geral, de 12 meses renováveis e não por seis meses renováveis como proposto pelo prefeito e aprovado na Câmara. O assunto também foi ignorado.

- Para todo contrato imobiliário exige-se um fiador. Pergunta: como as pessoas em risco, que perderam praticamente tudo com as chuvas junto com a maioria dos familiares, conseguirão arrumar um fiador para a locação dos imóveis? A emenda para tornar a própria Fumas (Fundação Municipal de Ação Social) fiadora das famílias também foi rejeitada pela base de sustentação do prefeito Miguel.

- Sobre os citados vícios de ilegalidade e inconstitucionalidade: Já que, em tese, as propostas não poderiam partir da Câmara, então porque os vereadores da base não tentam sensibilizar o Executivo para promover tais ações? Ficou mais fácil para eles dizer que “NÃO PODEMOS” ao invés de “NÃO QUEREMOS”. E assim, tentou-se, mais uma vez, blindar o prefeito das besteiras que faz.

13 comentários:

  1. Um velho e oportuno ditado diz: para os inimigos a lei, para os amigos, os benefícios da lei, não é? Neste caso, o povo carente, excluído, que sobrevive em condições indignas de moradia e de outras necessidades básicas, é o inimigo. Aquele que fala pela minoria das vozes que ousam contestar a proposta do sr. alcaide, mas que tem a maioria para defendê-lo, sem crítica, sem pudores, sem responsabilidade eu diria. Reeleitos que são graças a concessões prejudiciais para a cidade, mas que segue a prática de duas décadas de imperialismo tucano e afins. Quando é que a população vai se posicionar como cidadãos e não como fantoches de meia dúzia de poupadores do recurso público? Considerando os números apurados nas últimas eleições, este executivo não tem nem representatividade. Não fossem os comissionados e suas respectivas famílias, estaríamos no meio de um período de conquistas para a população, e não reprisando as perdas de mandatos passados. Pena que os conscientes e indignados tenham que conviver com esta situação.

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  2. Vi, nos jornais que publicaram, moradores dizerem que o problema é o valor e o fiador. Ou seja, a lei do prefeito, quando muito, vai ajudar 20% dos necessitados. Ou a FUMAS vai permitir aluguel de barracos? Será que tem sobrando por lá e eles não sabem?

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  3. André: o dinheiro do aluguel está garantido por seis meses!!! Se a pessoa não quer alugar a casa, você que reuna seus amigos e fique fiador ou alugue casas pra quem precise!!!

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  4. R$ 400,00 reais não dá pra alugar nem um quarto numa pensão. Conta outra.

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  5. Nossa, quem é esse José Galvão? O Sr. deveria trabalhar para o prefeito, já tem postura e linguagem prontas para se conciliar com o povo autoritário do Paço. O Sr., como o André, e todos os cidadãos brasileiros, são sujeitos de direito perante a Constituição do Brasil. Com todo o respeito, não é assim que se trata um opositor das nossas idéias. Precisamos respeitar o regime democrático que rege as relações políticas no país. Permita-me uma sugestão, coloque-se no lugar de um pai de família que teve que deixar tudo pra trás, para pelo menos preservar a vida dos seus, e agora recebe a oferta de R$ 400,00 para custear um aluguel de casa. É preciso ouvir os técnicos no assunto, considerar as explicações, renegociar com o prefeito. Pena que a maioria dos vereadores concordou sem questionar, sem fazer o papel que lhes cabe, o de representar o povo que os elegeu. Sr. José, desarme-se, o momento já é de muita dor e sofrimento. Talvez o André tenha alguma sugestão válida, vamos abrir espaço e ajudar o prefeito a escolher melhores soluções, em nome do povo sofrido e esquecido. O Sr. conhece bem a periferia Sr. José? Não vai ter obras na Nove que satisfaça o morador de áreas de risco, relegado a segundo plano na aplicação de verbas públicas, principalmente as oriundas do PAC, destinadas a infraestrutura, realocadas, aos olhos cegos dos fiscais do povo, os vereadores, salvo exceções.

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  6. Conhecemos um gestor pelas pessoas que o defendem. Notamos que algumas pessoas acham que com R$ 400,00 se aluga um imóvel. Seria bom esse tal Galvão dizer em qual imobiliária poderiamos indicar aos atingidos pelas cheias da barragem Tucana.
    É sempre fácil dar o remédio, mas tomá-lo é outra questão. Um assessor de vereador ganha isso por mês? Um vereador ganha isso por mês? Caso não, logo podemos ver que a lei sabe o valor dos imóveis na cidade, menos o tal Galvão.

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  7. Márcia, boa noite. Eu não sou da Prefeitura e nem tenho aval pra defender prefeito, vereador. Gostei deste debate e lhe pergunto: o que o trabalhador pode fazer com R$ 400 ou com R$ 560 de salário mínimo decretado pela Dilma... Desculpe-me mas não vou participar mais deste debate, porque tenho observado o ranço de alguns que acabam dominando o blog, virando facção. Eu vou para onde o povo está. um abraço.

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  8. O governo do Rio vai dar R$ 500 por família para custear o aluguel. Em Teresópolis, o mercado imobiliário já deu um aviso: não haverá casa para todo mundo e os aluguéis dobraram de preço.
    Teresópolis tem hoje 5.058 desabrigados e 6.210 desalojados. Já os desabrigados de Areal, Bom Jardim, Sumidouro e São José do Vale do Rio Preto ganharão R$ 400.

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  9. Eu até me surpreendi ao saber que a Prefeitura iria disponibilizar esta ajuda para os desabrigados...quanta enchente já não teve por ai e sempre foi cada um por si, lutando para reconquistar o que perdeu...morando com parentes, amigos, etc? Cada um deve completar o valor do aluguel, o intuito, acredito eu, não é custear 100% e sim auxiliar essas pessoas pobres.
    Penso que esses moradores das áreas de risco deveriam analisar primeiro onde vão construir suas "casas", porque o final é isso aí, vem chuva, isso e aquilo e leva tudo mesmo!
    Fazer o que?

    Detalhe: saíram matérias no jornal em que, entrevistadas, pessoas com a casa desabando no morro no Jd. Tamoio afirmaram que não iriam, de jeito nenhum, se mudar para os apartamentos construídos logo ali nas proximidades...aí fica difícil...

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  10. Caros, obrigado pela participação. No entanto, 400 reais são insuficientes pra uma família que já perdeu, além da casa, outros pertences. O valor deveria ser compatível com o aluguel em nossa cidade, não em outra.
    Os moradores da área de risco analisam sim caro Anônimo, da seguinte forma: ganho um salário mínimo, tenho uma família, não posso pagar aluguel senão não alimento a prole, então vou morar onde é de graça (ninguém gosta de construir barraco no barranco). Se a prefeitura não tem política habitacional para os mais pobres e de áreas de risco, permitiu que construissem nestes locais, ela tem muita responsabilidade sim, inclusive preventiva!

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  11. José Carlos de Oliveira27 de janeiro de 2011 às 20:14

    Se o salário mínimo é pouco (miséria) falem pra Dilma dar o salário proposto pelo Dieese. O que não se pode fazer é destinar o dinheiro de todos os jundiaienses, que deve ser usado para benefício da cidade toda, para custear as famílias que estão nas áreas de risco. Verifiquem no morro quantos proprietários têm de muitos barracos e que enriquecem a custa da miséria de outros.

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  12. Caro José Carlos, o salário mínimo tem aumentado acima da inflação. Aqui a questtão é o custo Jundiaí, a falta de vontade em atender de fato os mais pobres... que podem se alimentar com o salário mínimo mas não dá pra pagar o custo habitacional de uma cidade como a nossa. Proporcionar oportunidades para as pessoas mais pobres faz com que toda a cidade cresça e melhore. É por isso que criticamos o prefeito que não fez prevenção como deveria embora a cidade de Jundiaí seja muito rica se comparada as demais do país. Política habitacional então, nem se fala, só para quem ganha mais de 1.600 reais por mes (ou seja, mais de 3 salários mínimos)... quem ganha menos não tem oportunidades sequer de PAGAR pela casas, simplesmente não tem.

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