sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

2012 será melhor, depende de nós!


A virada do ano velho para o ano novo é celebrada praticamente no mundo todo. É o momento em que as promessas pessoais são feitas e quase nunca cumpridas.
Também haja superstição no uso de cores, alimentos que podem ou não serem consumidos, e outras crendices que fazem parte dos costumes. Acredite se quiser.
De verdade, todo ano novo deveria nos levar à reflexão sobre os pontos fortes e fracos que tivemos no ano que se acaba. E também para o realinhamento dos nossos sonhos, desejos e objetivos.
Para um ano novo cheio de vitórias e com mais momentos de felicidade, um mundo mais justo e de paz, depende muito mais de nós do que dos outros! Precisamos nos motivar para isso,... vamos nessa? Ótimo 2012 para todos!

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

A verdadeira retrospectiva de 2011

Família inteira morre soterrada após deslizamento de terra no São Camilo

Poder público sabia do risco de uma tragédia, mas só removeu moradores após as quatro mortes

Um casal e duas filhas morreram soterrados na madrugada do dia 6 de janeiro, após a queda de um barranco no Jardim São Camilo. A área, considerada de risco pela Prefeitura de Jundiaí, sofreu deslizamento de terra devido à chuva. A casa desabou de uma altura de 30 metros e, segundo testemunhas, as quatro vítimas agonizaram durante 5 minutos pedindo socorro antes de morrerem.

Juvenildo Pereira dos Santos, 32 anos, havia acabado de retornar de uma viagem a Pernambuco e entrava em casa, por volta da 1h30, quando houve o deslizamento. A mulher dele, Lenilda Figueiredo Silva, 34 anos, e as duas filhas Bruna, 7, e Renata, de 5 anos, estavam à espera de Santos. Todos moravam no local há 8 anos.

Ainda durante a madrugada, outro barranco desmoronou na viela B do Jardim Tamoio, perto da avenida principal do bairro, atingindo duas casas. No Jardim Marco Leite também houve desmoronamentos.

Faltou prevenção por parte da Prefeitura

O deslizamento e as mortes no Jardim São Camilo, infelizmente, não foram uma surpresa. A Prefeitura de Jundiaí esteve no local e condenou a área como de risco, mas restringiu a visita oficial a uma simples avaliação. Nenhuma família foi removida ou qualquer ação de prevenção foi realizada no local.

Em entrevista à imprensa, na ocasião, o prefeito Miguel Haddad afirmou que sabia da possibilidade de uma tragédia, mas que a remoção das famílias precisava obedecer “um cronograma de obras”.

Secretaria dá nota zero para cidade em fiscalização ambiental

A comemoração dos 28 anos do tombamento da Serra do Japi, no dia 8 de março, ficou marcada pela incompetência do poder público municipal no que diz respeito à política ambiental. 

Em 2010, a cidade (que nos últimos anos atingiu mais de R$ 1 bilhão em orçamento público) ficou com a pífia 311ª colocação no ranking estadual do ‘Projeto Estratégico Município Verde Azul’, ao somar 58,57 pontos. Eram necessários, no mínimo, 80 pontos para que figurasse entre as cidades certificadas pelo Governo de São Paulo com o ‘selo verde’. 

Pior: nesta avaliação, a Prefeitura de Jundiaí teve nota 0 em nove das 10 diretivas propostas pela Secretaria de Estado do Meio Ambiente, inclusive fiscalização ambiental. 


 
Crescimento do tráfico de drogas faz surgir 
‘Cracolândia’ na Vila Aparecida

O tráfico de drogas é um dos maiores problemas de segurança em Jundiaí. A venda de entorpecentes está presente em diversos bairros e arrebata jovens numa velocidade cada vez maior, seja para a comercialização ou para o consumo.

Em julho, um fato mostrou a que ponto esta praga assolou o município: uma área localizada na Vila Aparecida, região Leste da cidade, passou a ser utilizada por usuários de drogas. O ponto de encontro de traficantes e viciados ficou conhecido como ‘Cracolândia de Jundiaí’, numa alusão à região de São Paulo usada para a mesma finalidade.

Embora a Guarda Municipal tenha feito uma operação na Vila Aparecida após denúncias de moradores, viciados voltaram ao local – que continha abrigos, isqueiros, dezenas de cachimbos para o consumo da pedra de crack, objetos cortantes, roupas e outros objetos.

Vereadores aliados vetam tratamento para 
dependentes: "Não há dinheiro suficiente"

A maioria doa aliados ao prefeito Miguel Haddad (PSDB) na Câmara rejeitou a criação de leitos para internação de dependentes químicos em Jundiaí. A alegação é a de que "a cidade não tem dinheiro suficiente para absorver este serviço". 
 

Morte de mais um comerciante no Centro 
acende ‘luz de alerta’

O assassinato do comerciante Ronaldo de Oliveira, dono da loja de brinquedos Pererê, em julho, deixou clara a deficiência dos equipamentos de segurança oferecidos à população jundiaiense.

Apesar de o crime ter ocorrido no calçadão da rua Barão de Jundiaí, em plena luz do dia, nenhum registro foi feito pelas câmeras de monitoramento da Prefeitura – nem no momento do crime, muito menos no trajeto que os bandidos tomaram para fugir com o dinheiro roubado do comerciante. Houve corre-corre de consumidores na região central.

A prisão do suspeito só foi possível graças à imagem do circuito interno de tevê de uma loja de roupas. Ronaldo tinha 52 anos e havia acabado de receber o pagamento de um aluguel, quando voltava para a loja.

Insatisfeitos com a falta de segurança, comerciantes da região central foram à Câmara de Vereadores para pedir auxílio. Eles lembraram inclusive que no dia 2 de dezembro de 2009, o empresário Odair Milamonte também foi morto com um tiro, após tentativa de assalto na loja de roupas em que atuava.


Prefeitura investe mais de R$ 30 milhões
na ‘Nova Nove’, mas esquece segurança

O alargamento da avenida Nove de Julho, principal via de acesso dos motoristas à região central de Jundiaí, e o novo paisagismo foram inaugurados em meio a um premeditado e fatídico acidente.

Duas mulheres morreram após o carro em que estavam cair no Córrego do Mato, que corta toda a avenida. O acidente aconteceu em maio deste ano, dois meses antes da inauguração da ‘Nova Nove’.

A falta de muretas ou de guardrails ao longo da Nove de Julho foi contestada inclusive na Câmara Municipal. Qualquer um destes equipamentos serviria para evitar o acidente.

Antes da tragédia, a Prefeitura de Jundiaí afirmou em entrevista à imprensa que o “a avenida não é perigosa” e que o “paisagismo existente no local” seria suficiente para evitar quedas no córrego.

Logo após a morte das duas mulheres – mãe e filha – o discurso mudou. “Teremos defensas em todo o córrego. Em fevereiro, a Secretaria de Planejamento (e Meio Ambiente) fez a proposta e isto está programado”, destacou Ademir Pedro Victor, na época superintendente da Fundação Municipal de Ação Social (Fumas), órgão responsável pelas obras.
Até o momento, no entanto, nenhuma proteção foi colocada ao longo do córrego.

Roupa nova, velhos problemas

Embora o poder público tenha demorado quase três anos para terminar a nova roupagem da avenida Nove de Julho, orçada em mais de R$ 30 milhões, antigos problemas com o trânsito continuam sendo constatados no local. Alguns veículos que buscam acessar a rua Conrado Offa, com o fechamento do semáforo, permanecem na avenida, prejudicando o tráfego e gerando risco de acidentes.

Outra questão levantada é de que grande parte dos recursos empregados na reforma veio do Governo Federal por meio do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). O objetivo principal era realizar intervenções na rede pluvial existente naquela região, muito embora vários bairros de periferia também contam com sérios problemas de drenagem e esgoto.

Logo após o término da obra na Nove de Julho, salas para escritórios e consultórios numa torre comercial de alto luxo passaram a ser comercializadas como “o maior empreendimento comercial de Jundiaí”.


Mães só conseguem na Justiça 
direito às vagas em creches

Desde o início do ano, diversas mães tiveram de procurar a sede em Jundiaí da Defensoria Pública do Estado para garantir o direito à vaga nas creches municipais. A medida, baseada no Estatuto da Criança e do Adolescente, tem dado resultado: nos últimos três anos, a Prefeitura se viu obrigada a ampliar o número de vagas de 1,2 mil para 4,2 mil. Mesmo assim, estima-se que existam outras 2,5 mil crianças na lista de espera.

Outra ação da Defensoria Pública que foi comemorada pelos pais é o fato de que as creches municipais têm de ficar abertas nos meses de férias (julho, dezembro e janeiro), sob pena de multa diária. A Prefeitura de Jundiaí chegou a recorrer da decisão, mas não obteve sucesso.

Segundo informações da Defensoria Pública, o pedido partiu dos próprios pais. Na ação, os defensores afirmam que o fechamento das creches nesse período viola a Constituição Federal e legislação vigente, pois a creche é um direito da criança de até 5 anos e do pai e mãe trabalhadores. Argumentam, ainda, que “o fechamento de creches coloca em risco as crianças, que muitas vezes ficam sob cuidados de irmãos mais velhos ou pessoas que não têm o preparo necessário para desempenhar essa função”.


Pela primeira vez na história, 
funcionários públicos entram em greve

A falta de diálogo entre os servidores públicos e a Prefeitura de Jundiaí culminou com um fato negativamente histórico: pela primeira vez, a categoria teve de cruzar os braços para que pudesse ter as reivindicações atendidas.

No dia 31 de maio, os funcionários iniciaram a paralisação. A medida só foi tomada porque o poder público sequer quis negociar com o sindicato. Os servidores exigiam reajuste de 8% e outros benefícios, como R$ 267 no cartão-alimentação. Vinte dias depois da assembleia geral do funcionalismo, o prefeito fez uma contraproposta bem abaixo do que havia sido pleiteado e anunciou que não negociaria com a categoria.

A greve foi deflagrada e, após mais de 8 horas de paralisação, a Prefeitura cedeu: além do reajuste e do cartão-alimentação, ainda prometeu definir o Plano de Carreiras a partir de 2012.

A falta de diálogo do poder público e o autoritarismo foram os principais argumentos utilizados pelos servidores para justificar a greve.


População enfrenta greve de motoristas. 
Depois, sofre com aumento da passagem

Pelo menos 130 mil usuários do transporte público de Jundiaí não tiveram o que comemorar em 2011. O município teve um reajuste de quase 10% na tarifa de ônibus – que passou de R$ 2,65 para R$ 2,90 – anunciado pela Prefeitura logo após a greve realizada por motoristas e cobradores que reivindicavam melhores salários.

A paralisação dos profissionais aconteceu na madrugada do dia 20 de maio e teve como reivindicação o reajuste salarial, participação nos lucros e elevação no vale-alimentação. O movimento durou 2 dias, quando a categoria aceitou a proposta feita pelas empresas de ônibus que atuam em Jundiaí.

No dia 29 de maio (exatamente uma semana após o fim da greve), a Prefeitura de Jundiaí colocou em prática o aumento da tarifa.

Dor no bolso
Jundiaí tem uma das tarifas de ônibus mais caras do País, que supera a de várias cidades do Estado, como Campinas (R$2,85), Sorocaba (R$2,69) e Bauru (R$2,25). A cidade ainda possui várias deficiências no transporte público, como a superlotação, pontos de ônibus descobertos e trajetos demorados para justificar a construção de terminais urbanos completamente desnecessários.

Sugestões como o subsídio por parte do poder público para baratear o custo da passagem ou investimentos no setor para motivar a população a usar o sistema de transporte sequer foram consideradas pela Prefeitura.



Miguel Haddad veta projeto para incluir pessoas com deficiência

Sem nenhuma justificativa plausível, o prefeito de Jundiaí, Miguel Haddad (PSDB), vetou projeto já aprovado na Câmara para regular cotas de vagas a pessoas com deficiência no serviço público. 

A proposta para incluir mais pessoas com deficiência nos concursos públicos é do vereador Durval Orlato (PT) e já havia sido discutida em Fórum realizado na Associação dos Aposentados. A iniciativa tem o apoio de entidades como a Pastoral da Pessoa com Deficiência e a Gerência Regional do Trabalho e Emprego.