domingo, 25 de setembro de 2011

Nosso trânsito está ruim. Querem culpar o Lula?


O prefeito Miguel Haddad cada vez mais demonstra o desgaste em sua gestão. Um dos mais perceptíveis erros neste momento é o “crescimento desordenado” da cidade nos últimos 10 anos, ou melhor, o “ordenamento condicional” a que somos impostos. Acontece sempre do jeito que eles querem no Plano Diretor: uma dose de justificativas técnicas misturada a interesses imobiliários travestidos e camuflados, para não causar percepção e revolta social. Só que, agora, boa parte desta “estratégia” está sendo revelada, no transporte e no trânsito ruim, em proporções que a classe média começou a notar... e a se incomodar muito!

Percebendo que a sociedade tende a não apoiar mais esse tipo de administração, o prefeito Miguel Haddad quer parecer democrático e bonzinho: começou a mostrar as mudanças do novo Plano Diretor fazendo reuniões nos bairros. Quer tentar reverter os problemas causados na cidade pelos planos imobiliários no seu governo! O desgaste do prefeito é grande.

O que eles (turma do Miguel) têm dito nas reuniões por aí:
1- A culpa é do governo federal, que facilitou a compra de carros, mas não investiu no município para ajudar no trânsito;
2- Em Jundiaí, a cada criança que nasce são emplacados dez carros novos. Como vamos planejar a cidade desse jeito?;
3- Os condomínios próximos a mananciais e prédios no centro da cidade são porque o “regramento” das leis nos anos anteriores permitiam essas obras;
4- Nosso transporte coletivo tem GPS e são atendidos todos os bairros da cidade, os ônibus são novos, blá-blá-blá...

O que é fato e foi revelado nestes anos:
1- O governo federal criou condições para que os brasileiros de classe média em geral pudessem comprar o sonhado carro zero. Todos são favorecidos pelo crescimento e oportunidades: o país, o estado e o município. O governo federal liberou para Jundiaí: R$ 70 milhões para o SITU, R$ 72 milhões do PAC, R$ 16 milhões para o São Camilo e, todos os anos, mais de R$ 100 milhões para a Saúde. É só querer planejar a cidade para todos e não para alguns;
2- Em Jundiaí foram aprovados, nos últimos cinco anos, quase 20 mil novas unidades habitacionais (temos na cidade 132 mil domicílios, portanto, só em habitações, aumentou 15%). A população da cidade cresceu nestes últimos cinco anos 6,5% (já somados o número de crianças que nascem mais as famílias que vieram morar aqui). É só fazer as contas e parar de por a culpa só nos carros;
3- Quem é o autor das regras do Plano Diretor é o prefeito Miguel Haddad que neste governo, e nos anteriores, permitiu construções sem contrapartidas e em locais que complicaram nossa qualidade de vida. Portanto é dele a responsabilidade pela falta de planejamento adequado que privilegiou o setor imobiliário;
4- O transporte coletivo é revelador da ineficiência e do uso inadequado do dinheiro público. Os terminais urbanos consumiram R$ 70 milhões e em poucos anos já estavam defasados. Para percorrer os 9 quilômetros do bairro Santa Gertrudes até o centro da cidade, gasta-se de carro R$ 2,65 por um litro de gasolina e R$ 2,90 se optar pelo ônibus. O carro chega a ser três vezes mais rápido. Não fizeram viadutos nem túneis (só promessas).

Eu amo Jundiaí, por isso quero que ela cresça e se desenvolva mantendo a qualidade de vida para todos e não para alguns poucos grupos privilegiados! Vou continuar propondo e cobrando ações justas em nossa cidade.

5 comentários:

  1. O que me espanta é o poder fazer do jeito que fazem e nada acontecer contra eles. As cidades do entorno, por mais protegidas pelo manto tucano, pela santidade do FHC e investimento do clã Covas, são fiscalizadas, policiadas e penalizadas de alguma forma, menos aqui, onde tudo é permitido. O enriquecimento de alguns em detrimento da exclusão de muitos, o índice alarmante de violência, o caos no trânsito gerado pela desordenação imobiliária, o abuso de poder, tudo é relevado pelo institucional. Todos tão amigos, a tolerar sem questionar, a aceitar sem criticar. Quando me lembro que na década de 80 enfrentamos os mesmos nomes da administração ou do poder atual, fico pasma. É como se tivéssemos parados, vendo o tempo passar. Como explicar sociologicamente este quadro? Em que categoria de cidade nos colocamos? O país mudou e Jundiaí não muda.

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  2. Infelismente o que falta na cidade é oposição de verdade Sr. Orlato, coisa que vcs não vem fazendo a anos. Ando pelas ruas de nossa cidade e com quem converso fala a mesma coisa "A OPOSÇÃO EM JUNDIAÍ É MUITO FRAQUINHA", isso é que escuto. veja os exemplos de Campinas e Americana, oposições completamente opostas Campinas é PSDB, Americana PT(de verdade)ambas as cidades os vereadores fiscalizaram e denunciaram as maracutaias existentes em suas prefeituras. Não interessa a qual partido são esses vereadores o que interessa é que la eles fazem a coisa certa (FISCALIZAR E DENUNCIAR)irregularidades do Executivo. Agora me responda, ou melhor responda para o povo dessa cidade: PORQUE VCS NÃO AGEM COMO VERDADEIROS VEREADORES DESTA CIDADE? Tem muito rabo preso entre vcs politicos da cidade isso sim.

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  3. A fiscalização ocorre. Somos 2 vereadores de oposição e 14 de situação, portanto uma correlação de forças que torna nossa trabalho menos visível, mas estamos atuando firmes. Talvez outros partidos deveriam se somar ao PT nesta tarefa de fiscalizar, como você mesmo disse "não interessa a qual partido são esses vereadores...". Também concordo, vamos cobrar deles que fiscalizem também. No mais este blog ao qual escrevo, tem feito fiscalizações e tornado públicas. Tenho enviado denúncias ao Ministério Público e outras ações que talvez você não tenha conhecimento. Se puder se identificar e passar teu telefone e email, receberá mais informações. Abraço.

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  4. Novamente ontem na Agapeama os Srs. Carmelo e Jaderson afirmaram que os motivos do crescimento de Jundiaí são os incentivos do Governo Federal. Então eu penso que o Governo Federal trabalha de forma correta oferencendo oportunidade de melhorias para todos e o Prefeitão de jundiaí somente pensa na turma dele. Será isso?

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  5. Falta participação popular. O povo está ausente e omisso. A reação institucional, considere-se dois vereadores de oposição, é insuficiente para rebater os que tem lado, são parciais, optaram pelo poder público municipal e não pelo bem comum. A maioria das pessoas que se dizem prejudicadas, não reagem, não comparecem onde deveriam, para contestar. Ser oposição significa se expor, se comprometer, ser favor do que é direito, priorizar o coletivo, preservar o meio ambiente, exigir segurança pública, saúde, respeito e educação no trânsito, cumprimento do plano diretor. Não é fácil, daí a acomodação e o deixar para os outros fazerem, lavar as mãos com a água que poucos garantem.

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