sábado, 22 de junho de 2019

Por que o gosto por facas?


BREVE HISTÓRICO
As facas estão entre os primeiros instrumentos feitos pelo homem. A era da Idade da Pedra Lascada, a mais de 10.000 anos a.C., os homens utilizavam pedras cortantes como facas. Mais tarde, cerca de 4.000 anos a.C., começou a era da Idade dos Metais, quando o homem começou a desenvolver a técnica da fundição com bronze e cobre. Bem mais tarde, nos anos 1.600 d.C., começaram a utilizar o aço, tornando-se o metal preferido e aperfeiçoado até os dias de hoje nas suas diversas variações. Em 1669 o rei francês Luiz XIV, por orientação do cardeal Richelieu, ordenou que as facas para se levar a mesa, não podiam ser pontiagudas e nem cortar dos dois lados (adagas), e assim os cuteleiros da época começaram a fazer facas que cortavam apenas de um lado e sem pontas. A partir deste fato, começaram a diferenciar as “facas de cozinha” das “facas de caça ou defesa”. Mas as variações de modelos e usos das facas não se restringiram ao velho mundo, pois noutros continentes, existiram boas evoluções também, como a cutelaria japonesa, árabe e hindu, só para citar alguns exemplos. As facas e o homem têm uma longa história de cumplicidade.

Adaga GTR e Navalha. Aços 5160 e 52100. Sob encomenda
QUEM SE INTERESSA POR FACAS?
Nos tempos atuais, as facas, adagas, espadas e lanças deixaram de ter parte das funções de outros séculos. Hoje quem se interessa por facas, tem motivações variadas: colecionar (tipo do aço, formatos da lâmina, material do cabo, etc); caçar e pescar (algumas boas facas, de tamanhos e lâminas apropriadas, fazem a diferença na mochila); fazer churrasco (quem já cortou carnes com boas facas artesanais de aço carbono, sabe a diferença); cozinhar (preparar alimentos com facas apropriadas, lâminas diferenciadas e afiadas, dá outro toque); trabalhar (no campo, no açougue, etc); defesa pessoal (há quem deseje ter sempre por perto um bom canivete ou faca para essa finalidade, para sentir-se mais seguro); prazer e uso esporádico (ter boas facas ou canivetes diferentes para todos os demais usos já citados acima, apreciar bons trabalhos da arte da cutelaria). Eu comecei a gostar de facas com meu pai, que possuía vários canivetes, e sempre um ou dois na cintura, para todos os usos. Ganhei meu primeiro canivete dele, isso tem mais de 40 anos, quando tinha 14 anos. Mais tarde, comprei uma faca pequena de caça e pesca, para deixar na maleta. E assim acabei sendo um apreciador dos diversos tipos de facas, por prazer à cutelaria artesanal e usos em culinária e churrasco.

COMO GOSTAR DE FACAS?
Não é esse breve relato histórico que me fez gostar de facas ou canivetes. Para gostar, precisa usar, experimentar, sentir a diferença. Tente levar uma faca “diferentona” para fazer o churrasco entre amigos, ou preparar um almoço especial usando uma faca “do chefe” artesanal fatiando aquele lombo defumado, ou na pescaria ou camping para usos diversos. Sinta e compartilhe este prazer com as pessoas que participam contigo destas atividades, e aos poucos, vai pegando o gosto. Dê facas de presente (do chefe, picanheira, de caça, de usos diversos) para os amigos e amigas que você conhece e sabe que gostam do assunto. Experimente, no ritual de preparar um jantar ou um bom churrasco, de preferência em conjunto com outras pessoas queridas, que começa horas antes e tende a se alongar por muitas horas depois, usar boas e adequadas lâminas. Neste momento, ter facas especiais e próprias para tratar cada alimento adequadamente, também faz parte da gastronomia. E ainda assim, se você não gosta de cozinhar, se seu churrasco é só de espetinho e bifes temperados, comprados prontos, você não caça e não pesca, então procure comprar uma faca especial pelo gosto artístico da confecção (tipo do cabo trabalhado a mão, aço utilizado pelo cuteleiro, design da lâmina, raridade, nem que seja para deixar de exposição), você pode ser um colecionador que ainda não se descobriu. O segredo é começar, usar de vez em quando, comprar a primeira pelos mais diversos motivos. O gosto – que acompanha o homem há milênios – vai surgir.

ALGUNS MODELOS PARA CONFERIR
Na sequência, assim como na foto inicial, exemplos de facas e canivetes que tenho, dentre muitas. Sou um apreciador da gastronomia, de um bom churrasco e da arte da cutelaria (afinal, como ex-ferramenteiro de profissão, o gosto pelo aço continua). Noutra ocasião, vou escrever sobre tipos diferentes de aços (carbono, inox e damasco), formatos de lâminas, tipos de desbaste de corte e outros detalhes.

Facas Picanheira e do Chefe fosfatizada. Aços 52100 e 1095. Sob encomenda
Facas tipo Gaúchas. Aços Inox 420C e 440C. Cutelarias Artesanais
Canivetes especiais. Materiais, cabos e travas distintas. Importados
Facas de Churrasco. Aço Inox. Cutelarias nacionais. Comprado em lojas especializadas

Um comentário: