sábado, 9 de maio de 2015

Hábitos virtuais



Em tempos de facebook, whatsapp, youtube, twitter e outros, cada vez mais acessíveis, o relacionamento social e a utilização do tempo estão se transformando. Temos mais informação, mais agilidade nos contatos, maior exposição pessoal e um ambiente virtual jamais visto.

O que mais preocupa os especialistas no assunto é a correta utilização destas redes sociais, para que não torne banal, supérflua e solitária a vida dos usuários. A não ser que seja por eficiência profissional, utilizá-las diariamente por mais de 30 minutos, em geral, é desperdício de tempo.

Outro aspecto a ser considerado é que as redes sociais trazem mensagens rápidas, de assuntos variados, mas com pouca profundidade. Escrever mais do que um parágrafo curto, não chama a atenção do leitor, que é induzido cada vez mais a receber informações de forma superficial. Sabe-se de tudo um pouco, e de útil mesmo, menos ainda. Como as redes sociais se tornaram um dos principais canais de informação, receber as notícias postadas pode dar uma falsa sensação de estar “bem informado”, quando na verdade não está. 

Certos aplicativos mantêm você atualizado em tempo real, dizem as propagandas ou opiniões de usuários mais fanáticos. E para que eu preciso saber de certas coisas a todo o momento? Nas aulas que lecionei na faculdade, pude perceber que 70% dos meus alunos “consultavam” seu celular a cada 5 minutos. Outros colegas professores constataram o mesmo comportamento. Com raras exceções, o que há de tão urgente que não pode esperar o final da aula? Tal mudança de hábito assemelha-se ao sintoma da obsolescência perceptiva, que acontece quando as pessoas são induzidas a consumir bens, antes que se tornem obsoletos, segundo o sistema de consumo. Se não possuírem, ou fizerem uso frequente, estarão fora da moda, da tendência e do círculo social virtual.

Toda essa tecnologia tem sido útil, divertida e se encaixa bem no contexto de mundo em que vivemos, se usadas de forma adequada e moderada. E o contato pessoal? O tête-à-tête não perdeu seu charme e necessidade, felizmente. Um aperto de mão, um abraço e um sorriso entre amigos ou familiares não têm igual. É preciso criar harmonia entre o uso das redes sociais e o relacionamento cotidiano. O mundo acontece, de fato, na vida real.

Por esse motivo é sempre bom que cada um faça uma reflexão sobre seus hábitos virtuais e o quanto isso acrescenta para seu crescimento e felicidade pessoal.

Texto original publicado no Jornal de Jundiaí em maio/2015 (http://www.jj.com.br/colunistas-1248-habitos-virtuais)

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