Nem muito a esquerda, nem muito a direita! Mas não significa a mistura dos extremos. Busco harmonia, ponderação, fé libertadora e construtivismo social. Será buscar demais? Desde que deixei o PT, tem mais de 4 anos, e com meu histórico e trajetória de vida, confesso que não é fácil.
Vou
começar por algumas frases que me fizeram refletir neste sentido:
“Meu filho, guarde consigo a sensatez e
o equilíbrio, nunca os perca de vista”
(Provérbios 3, 21)
“A vida é igual andar de bicicleta. Para
manter o equilíbrio é preciso se manter em movimento” (Albert Eistein)
“Quem não sabe o que busca, não
identifica o que acha”
(Immanuel Kant)
“O segredo da mudança é não focar toda
sua energia em lutar com o passado, mas em construir o novo” (Sócrates)
“Mude, mas comece devagar, porque a
direção é mais importante que a velocidade” (Clarice Lispector)
Não
se trata de abrir mão de valores essenciais – da defesa da vida, da justiça
social, dos princípios cristãos, da família – mas de compreender que certas
convicções eu posso aplicar de outro jeito, com outro olhar, com mais
ponderação, ouvindo mais as pessoas que querem
chegar ao mesmo lugar por caminhos diferentes. Se faz necessário também
remodelar outras convicções ideológicas que foram se turvando nos grupos
sociais ao longo destes últimos trinta anos. A narrativa de ontem, não é adequada hoje!
A
sociedade, considerando-se o comportamento explícito e implícito que observamos,
está dividida hoje em dois grupos posicionados aos extremos (uso aqui os termos pejorativos populares para cada grupo): 15% da ameaça comunista e 15% de bolsominions da neodireita. Os demais 70% da população, não
importando em quem votaram para presidente, desejam mais resultados objetivos, ações
coerentes, transparência e uma nova postura política. Nenhum dos extremos consegue sustentar isso. Esta população dos “setenta por cento”, não são os petralhas e nem bolsominions, mas muitas são embaladas a tomar
um lado, mesmo que não concordem com nenhuma das duas posições ideológicas. Parece a síndrome
da obsolescência perceptiva, onde você é induzido a consumir o que não
necessita! E o atual presidente, infelizmente, incentiva essa rinha o tempo
todo.
Num
estado democrático, livre, de direitos e deveres, construído ao longo destas
últimas décadas, mesmo que ainda não bem consolidado, podem existir
grupos políticos das mais diversas vertentes. Todos têm direito de expressão, com diversas ideologias (e elas estão lá, em cada frase, em cada atitude,
mesmo que digam que não). Tenho pra mim (por conta da incapacidade da esquerda
de autoanálise e reposicionamento social, e da direita, que assume o poder com
um discurso do “bem contra o mal” para se firmar) que grande parcela da
sociedade não vai ficar satisfeita, nem com um e nem com outro. Precisamos de equilíbrio, de apontarmos para o centro
ponderado.
É hora de reconstrução
social em primeiro lugar.
Ou fazemos isso, ou ainda teremos amigos de outrora se desunindo cada vez mais,
parentes que tinham bom convívio sendo intolerantes, irmãos da mesma comunidade
entendendo os ensinamentos cristãos de acordo com o “lado” que adotaram ou
foram empurrados aceitar. Estou partilhando a ponderação, o equilíbrio do
possível, pelo diálogo mais desapegado e farei, o quanto possível, essa
reflexão com as pessoas.