BREVE HISTÓRICO
As facas estão
entre os primeiros instrumentos feitos pelo homem. A era da Idade da Pedra
Lascada, a mais de 10.000 anos a.C., os homens utilizavam pedras cortantes como
facas. Mais tarde, cerca de 4.000 anos a.C., começou a era da Idade dos Metais,
quando o homem começou a desenvolver a técnica da fundição com bronze e cobre.
Bem mais tarde, nos anos 1.600 d.C., começaram a utilizar o aço, tornando-se o
metal preferido e aperfeiçoado até os dias de hoje nas suas diversas variações.
Em 1669 o rei francês Luiz XIV, por orientação do cardeal Richelieu, ordenou
que as facas para se levar a mesa, não podiam ser pontiagudas e nem cortar dos
dois lados (adagas), e assim os cuteleiros da época começaram a fazer facas que
cortavam apenas de um lado e sem pontas. A partir deste fato, começaram a diferenciar
as “facas de cozinha” das “facas de caça ou defesa”. Mas as variações de
modelos e usos das facas não se restringiram ao velho mundo, pois noutros
continentes, existiram boas evoluções também, como a cutelaria japonesa, árabe
e hindu, só para citar alguns exemplos. As facas e o homem têm uma longa
história de cumplicidade.
Nos tempos
atuais, as facas, adagas, espadas e lanças deixaram de ter parte das funções de
outros séculos. Hoje quem se interessa por facas, tem motivações variadas: colecionar (tipo do aço, formatos da
lâmina, material do cabo, etc); caçar e
pescar (algumas boas facas, de tamanhos e lâminas apropriadas, fazem a
diferença na mochila); fazer churrasco
(quem já cortou carnes com boas facas artesanais de aço carbono, sabe a
diferença); cozinhar (preparar
alimentos com facas apropriadas, lâminas diferenciadas e afiadas, dá outro
toque); trabalhar (no campo, no açougue, etc); defesa
pessoal (há quem deseje ter sempre por perto um bom canivete ou faca para
essa finalidade, para sentir-se mais seguro); prazer e uso esporádico (ter boas facas ou canivetes diferentes
para todos os demais usos já citados acima, apreciar bons trabalhos da arte da
cutelaria). Eu comecei a gostar de facas com meu pai, que possuía vários canivetes,
e sempre um ou dois na cintura, para todos os usos. Ganhei meu primeiro
canivete dele, isso tem mais de 40 anos, quando tinha 14 anos. Mais tarde,
comprei uma faca pequena de caça e pesca, para deixar na maleta. E assim acabei
sendo um apreciador dos diversos tipos de facas, por prazer à cutelaria
artesanal e usos em culinária e churrasco.
COMO GOSTAR DE FACAS?
Não é esse
breve relato histórico que me fez gostar de facas ou canivetes. Para gostar, precisa
usar, experimentar, sentir a diferença. Tente levar uma faca “diferentona” para
fazer o churrasco entre amigos, ou preparar um almoço especial usando uma faca “do
chefe” artesanal fatiando aquele lombo defumado, ou na pescaria ou camping para
usos diversos. Sinta e compartilhe este prazer com as pessoas que participam
contigo destas atividades, e aos poucos, vai pegando o gosto. Dê facas de
presente (do chefe, picanheira, de caça, de usos diversos) para os amigos e
amigas que você conhece e sabe que gostam do assunto. Experimente, no ritual de
preparar um jantar ou um bom churrasco, de preferência em conjunto com outras
pessoas queridas, que começa horas antes e tende a se alongar por muitas horas
depois, usar boas e adequadas lâminas. Neste momento, ter facas especiais e
próprias para tratar cada alimento adequadamente, também faz parte da gastronomia.
E ainda assim, se você não gosta de cozinhar, se seu churrasco é só de
espetinho e bifes temperados, comprados prontos, você não caça e não pesca, então
procure comprar uma faca especial pelo gosto artístico da confecção (tipo do cabo
trabalhado a mão, aço utilizado pelo cuteleiro, design da lâmina, raridade, nem
que seja para deixar de exposição), você pode ser um colecionador que ainda não
se descobriu. O segredo é começar, usar de vez em quando, comprar a primeira
pelos mais diversos motivos. O gosto – que acompanha o homem há milênios – vai surgir.
ALGUNS MODELOS PARA CONFERIR
Na sequência,
assim como na foto inicial, exemplos de facas e canivetes que tenho, dentre
muitas. Sou um apreciador da gastronomia, de um bom churrasco e da arte da cutelaria
(afinal, como ex-ferramenteiro de profissão, o gosto pelo aço continua). Noutra
ocasião, vou escrever sobre tipos diferentes de aços (carbono, inox e damasco),
formatos de lâminas, tipos de desbaste de corte e outros detalhes.
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Facas Picanheira e do Chefe fosfatizada. Aços 52100 e 1095. Sob encomenda |
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Facas tipo Gaúchas. Aços Inox 420C e 440C. Cutelarias Artesanais |
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Canivetes especiais. Materiais, cabos e travas distintas. Importados |
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Facas de Churrasco. Aço Inox. Cutelarias nacionais. Comprado em lojas especializadas |
Parabéns!! Excelente texto!
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